A Fundação São José apresentou nessa terça-feira, dia 25 de agosto, no auditório, a peça teatral “A ideia ilusória da liberdade e a capturação do eu”. A peça foi produzida, roteirizada e encenada pelos alunos do curso de Psicologia e faz parte da programação da II Semana Fundação.

A peça aborda vários aspectos da psicologia e é uma expressão do que os alunos aprendem em sala de aula. Não há texto falado e sua proposta visa estimular a subjetividade do público através das ações. Durante as três partes, o espectador pôde ver uma personagem que vive em dependência, primeiro dependência afetiva e de relacionamentos, depois dependência química, e isso resulta sempre em um vazio por atribuir a solução dos seus problemas ao mundo externo. A personagem acaba sendo levada ao manicômio, mostrando uma referência à luta antimanicomial, e ao final é recuperada através de um atendimento mais humanizado:

— A reflexão é que a liberdade é interna e não externa. A liberdade tem a ver com o mundo interno, por isso a chamamos de ideia ilusória de liberdade. O que nos faz questionar o que nos leva à dependência e não o manter-se em abstinência como forma de analisar o ciclo das dependências, subtendendo que o tratamento é focado no sujeito e não na abstinência da droga — explica Mariana Ramos, professora do curso de Psicologia da Fundação São José.

Segundo Mariana, a proposta foi levar os alunos a produzir uma reflexão diferenciada a respeito do papel do psicólogo. Ou seja, através do teatro levar os alunos a se colocarem no papel do outro, de chegar mais perto da realidade do paciente:

— O teatro pode ser associado a várias disciplinas, desde a saúde mental, psicometria, terapia cognitivo comportamental, a clínica em atuação ampliada, mas sobretudo, foi proposto aos alunos uma análise diferenciada da própria postura do psicólogo — diz Mariana.